Vivemos na era da tecnologia, que encurta distâncias geográficas e também altera nossa relação com o tempo.
O imediatismo entrou em nossas vidas de forma arrebatadora. Quando é preciso esperar, a ansiedade logo aflora. Tudo se move rapidamente e a corrida contra o tempo nos coloca sempre no momento futuro.
O fast food chegou para facilitar a rotina, para "não perder tempo", como se fosse possível guardá-lo... Não é preciso criar, elaborar nem mesmo preparar. Tudo chega pronto rapidamente
A Psicanálise vai na contramão desse discurso, pois é preciso tempo para elaboração. Reservar um ou mais horários semanais para falar de si e enfrentar o encontro com sua própria verdade durante anos a fio, pode parecer um desperdício de tempo para aqueles que visam resultados rápidos e soluções imediatistas.
Mas, o tempo para a psicanálise não segue a cronologia, embora ela também seja relevante. Há uma lógica que impera no inconsciente, onde o passado segue presentificado e atualizado.
Quem adentra nesse universo deve estar advertido de que um processo de análise segue a produção artesanal, aquela que demanda tempo, investimento, perseverança.
Assim também se dá na formação de um analista.
Quanto tempo para uma análise? Quanto tempo para a formação de um analista?
É o tempo subjetivo que regula essa travessia: instante de ver, tempo de compreender e momento de concluir.
Aqui não há fast food!
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