De que sofrimento estamos falando?
Juntamos todos os nossos sofrimentos, angustias, dores, traumas e nomeamos de Depressão. É mais fácil, é medicalizado e assim não falamos do que realmente existe por trás de uma depressão.
Em uma sociedade onde a depressão afeta mais de 350 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, não devemos esquecer que existem também interesses econômicos envolvidos. Logo, o que encontramos muitas vezes são interpretações equivocadas que atribui o estado de depressão a um resultado somente da alteração bioquímica do cérebro, deixando de lado o fato que somos seres falantes, portanto, afetados pelo que dizemos, sentimos, pensamos e também pelo que calamos.
Por isso, não podemos reduzir o sofrimento, o mal-estar, e as angustias, somente a um mal funcionamento dos neurotransmissores do cérebro.
Reduzir o sujeito a um corpo biológico é deixar de fora sua condição humana, condição de ser falante, a de ter um corpo é não sê-lo. E quando isso é retirado do sujeito, seu sofrimento é creditado somente a sua neurobiologia não a um sofrimento psíquico caudados por outras questões de sua vida.
Dessa forma, o sujeito não se responsabiliza por seu destino, ele é uma marionete dele e de seu corpo adoecido e enlouquecido por sua fala e seus afetos.
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