A queixa deveria ser a justa expressão de uma dor ou de um mal-estar, mas raramente ocorre assim. É habitual que expressão da queixa exagere em muito a dor, até o ponto em que a dor acaba se conformando ao exagero da queixa, aumentando o sofrimento.
É comum as pessoas acreditarem tanto em suas lamúrias que acabam emprestando seu corpo, ficando doentes, para comprovar o que dizem.
A causa primordial de toda queixa é a preguiça de viver. Viver dá trabalho, uma vez que a cada minuto surge um fato novo, uma surpresa, um inesperado que exige correção de rota na vida. Se não for possível passar por cima ou desconhecer o empecilho, menosprezando o acontecimento que perturba a inércia de cada um, surge a queixa, a imediata vontade de culpar alguém, vontade que pode ir aumentando até o ponto em que a pessoa chega a se convencer paranoicamente de que todos estão contra ela, que o mundo não a compreende e que por isso ela está infeliz, pois nada que faz dá certo, enquanto outros, com menos qualidade, obtêm sucesso.
Conclusão: se não fossem os outros, ele, o queixoso, seria maravilhoso!
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