Você já se questionou qual a relação da Psicologia com a Política? O que uma coisa tem a ver com a outra?
“Torna-se evidente portanto a impossibilidade tanto da Psicologia como do Psicólogo em não fazer política em sua atuação, pois toda Psicologia é política mesmo que esta assuma uma posição de neutralidade e indiferença”
(PARECÍ, 2016; MARTÍN-BARÓ, 2013b)
Quando a psicologia surge como ciência no século XIX ela se ocupa principalmente do indivíduo: seu comportamento, suas atividades cognitivas, sua psique. Sem deixar de lado o aspecto psicológico e individual da existência humana, alguns pesquisadores procuram preencher uma lacuna deixada pela psicologia ao longo da história, fazendo com que ela também se debruce sobre os aspectos sociais do comportamento e suas motivações, o que inclui aí também a esfera da política.
Tomadas isoladamente, a Psicologia e a Política são campos bastante ricos e passíveis de múltiplos olhares. E ambos possuem relações bastante estreitas com a Sociologia, a Antropologia, o Direito. Por que não teriam relações igualmente entre si?
Em tempos de interdisciplinaridade, não se pode mais pensar uma área do conhecimento isolada das demais. O desafio da Psicologia e da Política é incorporar fatores de ordem social, política e psicológica, para explicar e compreender a realidade social como um todo e se debruçando sobre temas específicos como: racismo, LGBTfobia, xenofobia, misoginia participação social, saúde pública, relações de poder. Sem esquecer que o individual e o social estão integrados na vida social.
Dessa forma, em nossas práticas, ao tratar do sofrimento psicossocial não podemos excluir o contexto social que atravessa nossa realidade, a fome, desigualdade social, discriminação, preconceito, violência, exclusão promovida pelo neoliberalismo e outros. A Psicologia se faz entender todos os aspectos no qual interferem na saúde mental da sociedade.
“O ponto de intersecção entre essas duas áreas científicas, Psicologia e Política, tem sido a preocupação com a construção de um universo de debate em que nem as condições objetivas nem as subjetivas estejam ausentes” (ALMEIDA; SILVA; CORRÊA, 2012).
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